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Meus textos

A reescrita coletiva como recurso inicial para o ensino da produção escrita.

A reescrita coletiva é um excelente recurso para o início do desenvolvimento do ensino da produção textual, pois além de ser uma atividade colaborativa, parte de textos já conhecidos pelos alunos. Dessa forma a preocupação inicial do professor  deve ser somente  com a textualização e não  com a criação.

Assista ao vídeo ao lado para saber mais.

Sociedade do conhecimento e ensino: Um grande paradoxo

A competência linguístico-comunicativa é , ou ao menos deveria ser o objetivo principal do ensino da língua materna, pois é por meio dessa competência que os nossos alunos alcançarão êxito em suas  diversas relações  e atuações sociais. Nesse sentido é fundamental e urgente que a escola reveja as  metodologias que vem sendo usadas ao longo do tempo: como as aulas de língua portuguesa tem contribuído para a aquisição do saber linguístico dos alunos no que diz respeito à linguagem, língua, leitura, produção textual e gramática?

As aulas de português pouco contribuem para a aquisição da competência comunicativa dos alunos, pois a  escola insiste no equívoco de que saber regras e conceitos gramaticais, reduzindo o estudo da língua ao estudo da gramática normativa, é saber a língua. Entretanto, gramática e língua não são a mesma coisa. A língua é uma atividade de interação para que se efetive a comunicação social e obviamente somente a gramática com suas regras não dá conta disso. Uma língua é muito mais que gramatiquices. Ela é composta por um léxico, por textos, por situações de interação e obviamente, também pela gramática, que se constitui de regras para construir palavras e sentenças da língua.

No entanto, apesar de ter a função regularizadora, a gramática não dá conta de regular tudo, pois a língua é múltipla em seus componentes. Delimitar o ensino da língua somente à gramática é falsear esse ensino. Para ser um usuário eficaz da língua, não basta, portanto, saber as diferentes classes de palavras, suas flexões, sua ordem de colocação nas frases, sua regência e concordância. Tudo isso é necessário, mas somente se o aprendiz for levado a perceber  sua função e uso dentro dos diversos textos que circulam socialmente, além da observação do léxico e condições sociais de produção e circulação dos textos com os quais irão se comunicar.

Nesse sentido, é preciso contextualizar o ensino da gramática e estar ciente de que não basta saber regras gramaticais para falar, ler e escrever bem. É fundamental observar que para interagir verbalmente com eficiência, é necessário possuir conhecimento de mundo, das normas de textualização e habilidade na prática das variantes sociais que fazem parte da língua. Portanto, explorar nomenclaturas e regras não é estudar gramática, estudar gramática vai além de nomes e classificações, estudar gramática é contextualizá-la com as múltiplas possibilidades de uso da língua.

 

REFERÊNCIA:

ANTUNES, Irandé. Gramática Contextualizada: limpando"o pó da ideias simples" . São Paulo: Parábola Editorial, 201

Gramática contextualizada

Em pleno século XXI  a escola  ainda insiste em aulas mecanicistas que ensinam os alunos a decorar em lugar de pensar. Entretanto, a habilidade primordial a  ser  desenvolvida nos educandos é a de aprender a aprender. Nesse sentido, a escola e o professor também necessitam aprender e não mais ensinar, precisam aprender a mediar a aquisição do conhecimento e  a estimular a aprendizagem, pois só aprendemos aquilo que nos toca, que nos instiga, o que nos move a buscar o saber.

 

Quando o professor “ensina” e o aluno “ aprende”, o professor é o centro da relação,  a escola exerce um poder hierárquico que afasta, que segrega, que deixa uma lacuna na relação de aprendizagem. E, principalmente, com o avanço tecnológico esse modelo de ensino tornou-se um  grande paradoxo: tanto o professor ,quanto o aluno possuem em suas mãos, em apenas um click uma fonte de  informações  e de  pesquisas inesgotáveis. Portanto, o professor perde a posição de detentor do saber e passa a ser aquele que estimula o aprendizado, a pesquisa, o debate, a troca dos diversos saberes, no momento em que compreende que aprender é  troca, é ato contínuo, transformador, criativo e não um acúmulo de conhecimento e repetição de tarefas.

 É preciso, no entanto, compreender que  os saberes são provisórios, que  se modificam o tempo todo, sobretudo na atualidade, onde o novo se renova a cada minuto. Nesse sentido, a internet veio para democratizar o conhecimento e, portanto, esse modelo de escola que deposita conhecimento para que os alunos os acumule não cabe mais na sociedade atual. Quem acumula conhecimento não aprende, apenas reproduz fórmulas preexistentes, apenas repete o velho, ou seja, não pensa, não analisa, não cria. A sociedade exige cada vez mais um cidadão conectado com o mundo, um cidadão criativo, curioso,  crítico, pesquisador, um cidadão que aprenda a aprender  e não aquele que só acumula conteúdos.

Ler e escrever fora  dos muros da escola: por um ensino  de gramática além da gramática

“ No dia em que as escolas se derem conta de que estão ensinando aos alunos o que eles já sabem, e que é em grande parte por isso que falta tempo para ensinar o que eles não sabem, poderá ocorrer uma verdadeira revolução.” ( Sílvio Possenti, 1996, pp32). Enquanto não nos dermos conta dessa verdade tão simples e não mudarmos nossa maneira de ensinar a língua materna, nossos alunos continuarão com dificuldades de leitura e produção de textos e nós vamos continuar a nos queixar de que eles não aprendem e não se interessam pelas aulas de Língua Portuguesa. É urgente que deixemos os muitos equívocos em relação ao ensino de lado e que procuremos novas maneiras e soluções para o efetivo aprendizado da língua materna.

 Há uma enorme lacuna entre o que se aprende dentro  dos muros da escola e o que está além desses muros, assim como no que está dentro da gramática e a língua em uso real. Não é mais possível no mundo globalizado em que estamos inseridos, vivenciar um aprendizado que não contemple os diversos espaços reais e virtuais de que fazemos parte e de suas múltiplas linguagens. É necessário compreender que é possível aprender  em outros espaços além da escola e que é preciso fazer uma conexão entre os conteúdos ensinados em sala de aula e esses outros ambientes, assim como é necessário desfazer alguns equívocos em relação ao ensino da gramática. Se aprendemos gramática para  que possamos nos comunicar bem tanto na oralidade quanto na escrita, por que o ensino de língua portuguesa não tem conseguido cumprir o seu objetivo? Por que  os nossos alunos que chegam ao nível superior com tanta defasagem em sua competência comunicativa?

Afinal? A gramática deve ou não ser ensinada?  Não há dúvidas de que se deve ensinar gramática. O problema está em como ensiná-la, ou seja, ensinar a gramática além da gramática em  aulas de língua materna que ultrapassem os muros da escola, que possibilitam aos alunos conhecer e utilizar a multiplicidade de linguagens existentes em sua língua.  É preciso compreender que os manuais de gramática com suas regras e definições não dão conta da língua: não ensina ninguém a falar, escrever e ler com proficiência. O dever da escola é ensinar a língua oferecendo condições para que os alunos adquiram competência para usá-la nas mais diversas situações comunicativas de que farão parte. Entretanto, não é com teorias e regras gramaticais que esse objetivo será atingido, mas sim com atividades de pesquisa, contextualizadas interdisciplinares, através de reflexões sobre o uso dos elementos linguísticos, das experiências reais  de leitura e de  produção  de textos orais e escritos que os alunos serão capazes de construir seu próprio saber linguístico.

REFERÊNCIA:

POSSENTI,S. Por que (não) ensinar gramática. Campinas:Mercado das letras,1996

O avanço tecnológico  interfere cada vez mais no modo como nos comunicamos. Nas redes sociais, por exemplo, onde a agilidade e a informalidade são características marcantes , são utilizadas abreviações e emojis e a mensagem se multiplica rapidamente, uma vez que  podemos reproduzi-la para muitas pessoas ao mesmo tempo.

O uso do internetês ainda é  criticado por alguns pais e professores, visto como empobrecimento da língua. Mas, afinal, a linguagem utilizada nas redes  deve ser trazido para a sala de aula de Língua Portuguesa?

 Na verdade, a língua está em permanente processo de evolução e mudança, mas isso não interfere substancialmente em sua unidade. O internetês é uma das inúmeras variações linguísticas existentes dentro e fora do ciberespaço e pode ser considerado como uma forma inovadora de se manifestar por escrito, requerendo criatividade para melhor expressão num meio onde a rapidez é fator relevante. Além disso, o objetivo principal das aulas de Português é desenvolver a competência comunicativa dos alunos, tornando-os poliglotas em seu próprio idioma. Cabe a escola, portanto, contemplar as várias formas de comunicação, levando os alunos a refletir sobre  a linguagem adequada à cada situação comunicativa, seja na oralidade ou na escrita.

Que tal uma aula  em que os alunos possam pensar a linguagem no meio  digital e perceber que dentro desse espaço, assim  como fora dele, há muitas formas de se utilizar a língua e que saber adequá-las ao contexto em que a comunicação acontece é fundamental?

Novas tecnologias e variações linguísticas : do internetês às outras linguagens
O Tweeter como ferramenta em aulas de Língua Portuguesa

Um dos maiores desafios enfrentados pelos professores  é integrar tecnologia às suas aulas. Na era da aceleração e da simultaneidade é urgente e necessário criar uma pedagogia  de uso dessas tecnologias.

Os alunos atuais já nascem imersos na cultura digital. São antenados, criativos, conectados o tempo todo, convivendo com o turbilhão de informações que recebem diariamente, de forma natural, nas diversas  comunidades  digitais das quais  fazem parte.

Insistir em aulas do século XIX para alunos do século XXI é no mínimo paradoxal. Mas, como lidar em sala de aula, com essa geração sedenta  pelo novo, pela aceleração e pela simultaneidade em que tudo acontece?

Trazer a tecnologia  para escola é uma das formas de engajar mais suas turmas, de tornar as aulas mais instigantes e dinâmicas, de despertar o interesse e participação dos alunos. Sem sombra de dúvida, trazer, por exemplo, as redes sociais para as salas de aula é um excelente caminho  para garantir o envolvimento e melhor aprendizado de crianças e adolescentes.

Uma das redes  sociais mais utilizadas  pelos nossos alunos é o Twitter.  E por que não transformá-lo em  uma excelente ferramenta de envolvimento e participação dos alunos nas aulas?

O papel da escola no processo de ensino da linguagem é introduzir no cotidiano dos alunos elementos que os tornem capazes de refletir, criar e produzir os mais diversos textos pelos quais se comunicam. A atuação do professor de Língua Portuguesa deve caracterizar-se por uma pedagogia que auxilie os alunos a se apropriarem do saber linguístico e não apenas recebê-lo.

A língua portuguesa é a quinta língua mais utilizada na internet e a terceira mais "falada" nas redes sociais, segundo dados divulgados  pela empresa de estatísticas Internet World Stats. É nesse contexto dinâmico e veloz que os nossos alunos estão inseridos, é nesse universo que eles estão conectados o tempo todo. Portanto, torna-se necessária a utilização da tecnologia em favor do ensino e da aprendizagem, complementando o desempenho dos alunos em relação ao domínio da língua.

A exploração e o bom uso das tecnologias como ferramenta nas aulas de língua portuguesa propiciam a aquisição de novos conhecimentos e auxiliam a prática pedagógica em sala de aula.

O uso da informática e dos recursos tecnológicos nas aulas de Língua materna é  fundamental, visto que o crescente avanço das novas tecnologias digitais vem provocando uma nova postura nas pessoas em relação ao mundo e esse avanço tem refletido diretamente no modo como elas se comunicam.

Ensino de Língua Portuguesa na era digital:
Como é possível?

Os gêneros textuais e a competência comunicativa:

 formação  de leitores críticos e escritores proficientes no ensino médio.

Grande parte dos alunos concluem o ensino médio sem desenvoltura  na leitura e na escrita .Um dos fatores responsável por isso é   a  própria escola quando impõe sua prática  conteudista , quando deslegitima as características culturais e linguística dos educandos e quando os propósitos de  leitura e de escrita são desvinculados das práticas sociais. Outro fator relevante é formação linguística ineficaz dos professores, tornando-os despreparados para  a concepção do ensino  da língua como prática social.

            Segundo  SOARES ( 2000, p. 79) “ É fundamental que a escola e professores compreendam que ensinar por meio da língua e, principalmente, ensinar a língua são tarefas não só técnicas, mas também políticas.” É urgente que essas práticas pedagógicas sejam revistas e reformuladas, pois os resultados, no que se refere ao letramento, são ainda muito insuficientes para a grande maioria da população. Um dos papéis fundamentais da escola no mundo contemporâneo é o de conectar os alunos às culturas  locais e globais, nesse caso o ensino da leitura e da escrita  através dos gêneros textuais torna-se um instrumento que possibilita a aquisição da competência linguística  e comunicativa dos alunos, a fim de transformá-los em criaturas críticas,  capazes de exercer sua cidadania.

                               O domínio da língua tem estreita relação com  a  possibilidade   de   plena participação social, pois é por meio dela que o homem  se  comunica, tem acesso à  informação, expressa  e  defende  pontos   de vista,   partilha  ou constrói visões de mundo, produz conhecimento.

 Assim, um projeto educativo comprometido com a democratização  social e  cultural  atribui à escola a responsabilidade de  garantir  a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos  necessários para   o exercício da cidadania, direito  inalienável de todos.

                                                ( PCN- Língua Portuguesa, 1998, p. 21)

A incapacidade de ler e escrever com proficiência ,numa sociedade em que essas habilidades são cada vez mais  exigidas,   retira do     indivíduo o    direito de participar de forma autônoma e ativa da vida social, já que a cultura escrita se faz presente no mundo que o rodeia.

 por Mônica Monção.Orgulhosamente criado com Wix.com

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